quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A COSMOLOGIA DE GÊNESIS

                                     UMA COSMOLOGIA BÍBLICA DE GÊNESIS



A origem das coisas sempre foi uma preocupação central da humanidade; a origem das pedras, dos animais, das plantas, dos planetas, das estrelas e de nós mesmos.

Cada civilização conhecida da antropologia teve uma cosmogonia, uma história de como o mundo começou e continua.O entendimento do universo foi, para essas civilizações, algo muito distinto do que nos é ensinado hoje.

Mas a ausência de uma cosmologia para essas sociedades, uma explicação do mundo em que vivemos, seria tão inconcebível quanto a ausência da própria linguagem.

Essas explicações, por falta de outras formas de entendimento da questão, sempre tiveram fundamentos mitológicos,filosóficos e para Israel e a Igreja,digamos religioso.

Sabemos claramente disso,pois com a chegada da ciência,textos bíblicos que não visavam explicações científicas,foram explicados( Galileu com seu método experimental e os gregos com seus métodos geométricos),dando-nos entendimento do porque dessa linguagem bíblica para que o homem do Velho Testamento entendesse e,provavelmente do Novo Testamento também.

Quero nessa tendência pensar numa  antropologia bíblica.São tantas perguntas,que dariam enciclopédias.

Poderíamos começar com um exemplo antes de chegarmos no ponto,digamos um preâmbulo:

O homem foi criado mortal ou imortal?

Olhando os textos bíblicos mostram que foi imortal,mas ai surge outra pergunta:

Se foi criado imortal,porque após o pecado ele passou a morrer?Ele foi criado mortal ou imortal?

Não é nosso foco,mas para responder essa pergunta temos que definir o que é mortal e imortal.

Fiz essa colocação,pois quando recorremos à Gênesis e não fazemos considerações,falamos besteira,e até mesmo quando lemos um texto do Novo Testamento,sem consideramos uma série de pontos,além de não entendermos o que escritor quis,fazemos conclusões(óbvio) erradas e até absurdas.

Quando falamos de antropologia,nosso ponto de partida deve ser Deus e não a antropologia ( que nos diga Protágoras e sua celebre frase : " O homem é a medida de todas as coisas, das que são enquanto são, e das que não são enquanto não são ",frase bem vivenciada pela Renascença).

Se o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus,o ponto de partida deve ser Ele,entender o que é essa imagem e semelhança.

1. O "FAÇAMOS DE DEUS"


O homem foi criado após uma deliberação:"Consulta" ( Calvino )

Até aqui Deus tem sido comandante ,mas para criar o homem,Ele faz uma consulta( qal imperfeito).

Deus poderia criar o homem ordenando uma simples palavra,mas para com o homem resolveu agiu assim,mostrando a excelência do que haveria de vir.

Não me chamem de herege amados,pois Deus "consulta" à si mesmo

 Calvino

"Verdadeiramente existem muitas coisas nesta natureza corrupta que pode induzir ao desprezo; mas se você corretamente pesa todas as circunstâncias, o homem é, entre outras criaturas, uma certa preeminente espécie da Divina sabedoria, justiça, e bondade, o qual é merecidamente chamado pelos antigos de 'um mundo em miniatura’."

Adão temos é uma demonstração eloqüente da justiça divina,criado à imagem de Deus, para que pudesse refletir, como por um espelho, a justiça divina.

A melhor definição disso é a de Calvino: 

" à semelhança, como se estivesse a dizer que iria fazer um homem no qual, mediante esculpidas marcas de semelhança, se haveria de a Si Próprio representar como em uma imagem"

Conhecemos por meio da descrição bíblica que o homem foi criado de forma íntegra, sem pecado algum. A queda, porém, trouxe conseqüências desastrosas à imagem de Deus refletida no homem.

A imagem de Deus, foi ela, todavia, corrompida a tal ponto que, o que quer que resta, é horrenda deformidade.A imagem divina ficou quase que totalmente extinta de nós, e fomos igualmente despojados de todos os dons distintivos pelos quais teríamos sido, por assim dizer, elevados à condição de semelhantes. Em suma, de um estado da mais sublime excelência fomos reduzidos a uma condição de miserável e humilhante destruição”.

Antes de pecar, Adão tinha uma compreensão genuína a respeito de Deus. No entanto, “após a sua rebelião, ficou privado da verdadeira luz divina, na ausência da qual nada há senão tremenda escuridão”

A Queda trouxe sérias conseqüências: a morte e a escravidão. “Como a morte espiritual não é outra coisa senão o estado de alienação em que a alma subsiste em relação a Deus, já nascemos todos mortos, bem como vivemos mortos até que nos tornamos participantes da vida de Cristo”.  “O gênero humano, depois que foi arruinado pela queda de Adão, ficou não só privado de um estado tão distinto e honrado, e despojado de seu primeiro domínio, mas está também mantido cativo sob uma degradante e ignomínia escravidão”. “Todos nós estamos perdidos em Adão”. “Não teremos uma idéia adequada do domínio do pecado,que tanto a mente quanto o coração humanos se têm tornado completamente corrompidos”

O homem, “em sua queda, foi despojado de sua justiça original, sua razão foi obscurecida, sua vontade, pervertida, e que, sendo reduzido, a este estado de corrupção, trouxe filhos ao mundo semelhantes a ele em caráter.

O pecado continuará em toda a nossa peregrinação terrena a exercer influência sobre nós; por isso, qualquer conceito de perfeccionismo espiritual, que declare que o crente não mais peca, é antibíblico. 

A imagem de Deus foi corrompida pela queda e, é restaurada através da salvação em Cristo, onde o objetivo é nos fazer a imagem e semelhança dEle.  Desta forma Cristo nos remodela à imagem de Deus.

Agora,na graça de forma “muito mais rica e poderosa do que na primeira [criação]”(2Co 3.18)

É NESSA PERSPECTIVA QUE NOS APROXIMAMOS DE GÊNESIS 1:26-27

Sem pormenores,aqui está a origem da raça humana:"em Deus ".Feito do pó da terra,mostra que o homem foi feito por um ato direto e completo de Deus,usando material pre-existente (Lucas 3:38),dando-lhe vida,que o torna "ser vivente ( Gênesis 2:7)e da mesma forma usando material pré-existente forma de maneira direta Eva.

Esta é a palavra hebraica "Adão" , que é um jogo óbvio sobre o termo hebraico para chão, adamah (cf. Gênesis 1.9). O termo também pode significar "vermelhidão". Muitos estudiosos acreditam que isso se refere a humanidade ser formado a partir das terras vermelhas ou barro do Vale do Tigre/Eufrates

A Septuaginta usa a  palavra anthropos para traduzir este termo que é um termo genérico que se refere aos homens e/ou mulheres ( Gênesis 5.2; 6.1,5-7; 9.5-6). O termo hebraico mais comum para homem ou marido é ish ( Gênesis 2.23 a etimologia é desconhecida) e ishah  para a mulher ou esposa

Não estou afirmando nada,mas quero pensar na expressão: " homem e mulher  Ele os criou " :

 Ela mostra que, no primeiro capítulo, o gênero humano parece ser criado já considerando o homem e a mulher (“homem e mulher, Ele os criou”) e é incluída imediatamente uma pluralidade.

Já no segundo capítulo, o homem já existe quando a mulher é criada para servi-lo.A razão de ser da mulher, desde a sua criação, é interpretada para ajudar e assistir ao homem. Ela é essencialmente auxiliar, destinada por Deus a ajudá-lo.

Essa ideia é que fundamentará o androcentrismo cristão, sustentando o conceito da superioridade do homem em relação à mulher,porém observe o PLURAL, que implica o domínio comum de homem e mulher ( Gênesis 5.2). Observe também o PLURAL IMPERATIVO de Gênesis 1.28. A submissão da mulher só vem após a queda em Gênesis 3. A verdadeira questão é: "Será que esta submissão permanece após a inauguração da nova era em Cristo?

Analisando as palavras "mulher e feminina" como a tradição analisa o que seria essa essência,merece ser vista já que a mesma define características a partir da sua natureza,e por incrível que pareça,é a filosofia que usa esse argumento de natureza para dar a mulher o ar de fragilidade, timidez, doçura, sedução e afetividade ( Rosseau ). Esse ideal de submissão se justificava porque as mulheres deveriam ocupar o “lugar natural” de esposas que devem agradar.Para Rousseau, essa doçura estaria associada a uma natureza,segundo Rosseau distante das ciências e da vida intelectual e só seria preservada se a mulher se mantivesse “no seu lugar”, qual seja, no ambiente doméstico.( Muito parecido com que pensa as igrejas tradicionais hoje)

Kant, dois anos depois de Rousseau e influenciado por ele, defendeu que as mulheres são “o belo sexo” e que teriam como único fim agradar o homem e perpetuar a espécie. No conceito kantiano, a capacidade da mulher se restringe a sentir, não a raciocinar, ideia que ele defende com argumentos tais como: “Uma mulher se sente pouco embaraçada por ser desprovida de grandes ideias, ou por se mostrar receosa com ocupações importantes ou despreparada para elas. É bela e agrada – e basta”( Conhece esse filme?incrível como a acusação de humanismo é para quem pensa diferente disso ), Para ele  a mulher mantém uma relação imediata com a natureza e o homem com a cultura.

Até o século XVII vigorava a associação entre feminilidade, sexo e mal, uma visão herdada do cristianismo primitivo remanescente durante a Idade Média e o Renascimento, período em que prevalecia a ideia de que o “próprio das mulheres” era ser inferior – por ter sua origem na costela de Adão – e ao mesmo tempo diabólica por ter sucumbido à serpente. 

A imagem da mulher como ameaça diabólica será substituída, no Renascimento, pelo estereótipo da feiticeira. Rousseau foi contemporâneo das condenações das mulheres por prática de feitiçaria, uma iniciativa da Igreja Católica desde a Idade Média ainda em vigor no século XVIII. É longa, portanto, a tradição de associação entre feminino e desordem e também as tentativas de encontrar uma essência feminina que explique a diferença entre os sexos. 

Feminino, não pode ser tomado como um atributo exclusivo das mulheres( nem é algo, nem é a mulher ou a essência da mulher).O feminino se definiria como oposição ao neutro e, portanto, como oposição ao masculino ou o feminino seria atribuindo as qualidades tradicionalmente associadas às mulheres, ignorando, assim, a marca da oposição, mas mantendo as diferenças apoiadas nos aspectos biológicos.(Falar de feminino não é falar da mulher empírica, embora isso aconteça muitas vezes.). Há ainda outra forma,e a  mais desafiadora,que eu considero a mais pejorativa classificação da mulher como Outro.  “A mulher determina-se e diferencia-se em relação ao homem, e não este em relação a ela; a fêmea é o inessencial perante o essencial. O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro.

O sexo não é uma diferença específica qualquer... A diferença dos sexos não é tampouco uma contradição... Não é também a dualidade de dois termos complementares, porque esses dois termos complementares supõem um todo preexistente.


UMA VISÃO HEBREIA OU JUDAICA DA MULHER OU DO FEMININO



O Talmude é um conjunto de 63 livros de leis, tratados, textos éticos e históricos que formam a tradição oral do pensamento judaico e foram escritos pelos antigos rabis (classificação originalmente destinada aos mestres da leitura dos Mishnas, parte do Talmude relativa às leis religiosas )durante sete séculos. 

O Talmude é constituído por dois conjuntos de livros, o Mishna, que interpreta diretamente o texto bíblico, e a Guemara, que faz essa interpretação com o apoio do Mishna. 

O Talmude também pode ser dividido em dois tipos de textos: 

1.halakhá, que diz respeito às regras da vida social 

2.hagadá, narrativas lendárias cujos ensinamentos dependem de suas interpretações, que é entendida na tradição judaica como drash – “a arte de retirar do texto aquilo que não aparece numa leitura literal.


Os textos agádicos sãp reflexões sobre os aspectos éticos, sociais e na dimensão da vida pessoal . Esses textos agádicos são metáforas e contos que se referem a passagens dos textos bíblicos e a narrativas que “nutriram por séculos o imaginário judeu, em particular os judeus menos cultos, que ouviam nas sinagogas as histórias de como Deus castigava os imperadores que perseguiam os judeus, engrandecia os heróis bíblicos e os rabinos, falava da chegada do Messias e oferecia lições de sabedoria prática.

O hebraísmo e o helenismo( tradição grega) move o mundo. O Talmud em suas histórias sobre a mulher tendo  o papel de orientar os homens nos destinos bíblicos, o papel das mulheres no desenvolvimento da interioridade, tornando “o mundo habitável”,traz  a afirmação talmúdica de que a casa é a mulher,e vai atribuir ao feminino a função ontológica:  Deus chamou de Adão o homem e a mulher reunidos, colocando a dualidade na própria essência do humano, na qual a feminilidade da mulher não estaria absorvida.


O feminino como decorrência do masculino vai aparecer em "E Deus criou a mulher" e a interpretação judaica dos textos bíblicos  determina o lugar da mulher na cultura ocidental, sugerindo ao texto a hierarquia de gênero.“A mulher deriva quase gramaticalmente do homem (em hebreu, mulher se diz Ichah, que vem da palavra Iche, que designa homem), apontando para uma primazia do masculino, que seria anterior ao feminino e às diferenças sexuais.

Mas como como a marca masculina poderia ser anterior às diferenças sexuais?

Duas interpretações: 

Na primeira, Deus teria criado o homem e, secundariamente, a mulher. 

Na segunda interpretação, primeiro haveria o humano, que só posteriormente seria dividido em masculino e feminino, não se estabelecendo, assim, relação subordinação entre feminino e masculino.O Talmud (lógico)dá uma prioridade do homem em relação à mulher.

Poderíamos ver o texto como a mulher  como diferente do homem, não como desigual,mas como seria essa diferença?

Os ensinamentos do Talmude sobre a mulher na tradição judaica e afirma: “a casa é a mulher". A mulher é responsável pela vida espiritual, pela paz doméstica e por tudo aquilo que dá suporte ao homem. Sem a mulher, “o homem não conheceria nada do que transforma sua vida natural em ética”

NOTA : Na Revolução Francesa, as reivindicações de cidadania das mulheres foram negadas com a construção do argumento de que as mulheres, “naturalmente frágeis”, deveriam viver protegidas no espaço doméstico, infantilizadas como crianças e tuteladas pelos seus maridos.

Ainda dentro  da tradição judaica e um ideal de essência feminina que estaria ligada às características biológicas das mulheres.A sociedade patriarcal sustenta ou   permite apenas que se opte entre duas alternativas: tornar-se mulher “como homens”, e assim sujeito de direitos, ou afirmar a especificidade das mulheres, o que não confere nenhum valor às mulheres.

Na tradição (judaica), a mulher é pensada como “a segunda” do homem. Nessa secundarização não haveria a intenção de desvalorizar o feminino, mas sim de reconhecer suas especificidades. A mulher seria a segunda, mas sem ela não haveria casa, família, filhos, fecundidade, sem ela não haveria sobretudo ética. A condição social da mulher na tradição judaica se define pelas suas relações com o marido e com a família.

Porque, ao ser diferente, ela também é secundária?

A ideia do amor como restituição de uma unidade perdida e a noção de complementaridade entre masculino e feminino indicam que as duas metades podem voltar a ser um único ser?

O encontro entre homem e mulher como o encontro com a própria diferença, com a possibilidade da fusão?

                                            A COSTELA DE ADÃO


Pergunta: Por que, na frase “E Deus modelou o homem”, a palavra “modelou” – vayyitzer, em hebraico  está escrita com duas vezes a letra “y”? 

. letra  privilegiada no alfabeto hebraico por ser a letra inicial do nome de Deus (YHVH)?

.  Deus ter criado “duas criaturas em uma”, o que definiria o humano: poder ser dois sendo um

Este é o terceiro termo usado para descrever a ação criadora de Deus em relação à humanidade -"fazer", Gênesis 1.26 , 

-"criou", Gênesis 1.27 

- "formou", Gênesis 2.7).

 O NT revela que Jesus era o agente de Deus na criação ( João 1.3; I Coríntios 8.6; Colossenses 1.16; Hebreus 1.2) 


Outra questão de linguagem que deve ser discutida é o uso da palavra “costela” – um problema de difícil tradução, já que ela está se referindo à semelhança entre côté (lado) e côte (costela).

O fato de que a mulher não é apenas fêmea do homem e que ela faz parte do humano,  a mulher é, de saída, criada a partir do humano?

 Primeiro haveria o humano, que só posteriormente seria dividido em masculino e feminino? 

A criação do homem foi a criação de dois seres em um só, mas de dois seres de dignidade igual; a diferença e a relação sexual pertencem ao conteúdo essencial do humano?

A ideia de que a independência entre os dois seres criados por Deus seria impossível,pois seria preciso, para criar um mundo, que [Deus] os fizesse subordinados um ao outro. Seria necessária uma diferença que não comprometesse a equidade, uma diferença de sexo; e, a partir daí, uma certa preeminência do homem, uma mulher vinda mais tarde e, como mulher, apêndice do humano.

A humanidade não pode ser pensada a partir de dois princípios inteiramente diferentes. A mulher foi retirada do homem, veio depois dele; a própria feminilidade da mulher está nessa posterioridade inicial. A secundaridade das diferenças sexuais.que viria depois do humano com a secundaridade do feminino, que viria depois do masculino.

 O humano seria compreendido como neutro, anterior e acima das diferenças sexuais, e a mulher seria secundária porque as diferenças sexuais seriam secundárias?Há uma indeterminação da sexualidade antes da instituição das diferenças sexuais.

Em Gn 2,7 se afirma: “Então Deus formou adam da adamah“.

Geralmente as bíblias não traduzem o termo adam, apenas o transliteram, e fica parecendo que é o nome de um homem, Adão. Mas traduzem o termo adamah por terra ou barro. Isso causa confusões. A melhor tradução para adam é “humano” ou “ser humano’. O ser humano é aquele que foi tirado do “humus”, da terra, pois adamah significa o solo bom pra trabalhar, a terra que pode produzir bom fruto. Com essa afirmação de Gn 2,7, o autor quer dizer que o primeiro ser é indefinido sexualmente e deve ser escrito com minúsculas (adam).

Em Gn 2,22 encontramos: “E da tsela‘ de adam, Deus fez a fêmea”.Da mesma forma, as bíblias geralmente traduzem tsela‘ por costela. Contudo tsela‘ significa metade, banda, cada margem de um rio. Tsela’ pode ser o conjunto das costelas, do lado esquerdo ou do lado direito. A melhor tradução seria: “de uma das metades de adam(humano), Deus fez a fêmea”. Da outra metade, é óbvio, Deus fez o macho. Não precisa nem falar o óbvio.




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