sábado, 15 de outubro de 2016

As ofertas no Velho Testamento

AS OFERTAS NO VELHO TESTAMENTO( Parte 1 )





I. O HOLOCAUSTO ( LEVÍTICO 1:1-17 )





Sacrifícios em grupo não parecem estar em mira aqui; estes são descritos posteriormente em termos do dia da expiação (16:1-34)e das festas relacionadas com as estações santas (23:1-44).       Sacrifícios particulares seriam oferecidos a fim de expressar ações de graças, o desejo de uma renovada comunhão com Deus e um aprofundamento da vidade oração, ou para indicar a necessidade do perdão do pecado. Tais sacrifíciosforam oferecidos no decurso do período bíblico. Seguindo o
padrão estabelecido por alguns dos profetas (cf. Os 6:6; Am 5:21-24).

Jesus ressaltava a motivação que subjazia o ato, e ensinava que a oferta somente era verdadeiramente aceitável a Deus quando a intenção do adorador era da mais alta qualidade (Mt 5:23-24; Mc 12:33).
servir ao Deus vivo (Hb 9:14).

Os sacrifícios tocavam em muitos aspectos da vida israelita, e estefato trazia o povo em contato contínuo com as atividades do tabernáculo.
Ninguém era impedido de trazer uma oferta a Deus, pois todos osque assim desejavam poderiam vir ao Senhor com arrependimento e fée serem aceitos. Jesus ainda oferece um convite semelhante (Jo 6:37).
Os hebreus, embora fossem leigos, sabiam, conforme se supunha, o significado do ritual; logo, nenhuma explicação é dada aqui. A oferta (Heb.qorbãti) era algo “trazido perto” (qrb) do altar, e era um termo muitogeral que abrangia todos os tipos de dádivas sacrificiais. A palavra aparece em Marcos 7:11 com uma glosa explicatória, e*em Mateus 27:6 uma palavra grega um pouco diferente, korbanas, descrevia o tesouro do tempio como sendo o lugar onde as ofertas eram depositadas. Aquelas que são prescritas em Levítico devem ser feitas especificamente ao Senhor
(Heb. YHWH), o Deus de Israel,
A verdadeira comunhão com Deus exige algum conhecimento e experiência pessoal da Sua natureza
(cf. Hb 11:6).
 Os versos 3-9  tratam do holocausto do gado .A inclusividade de Quando algum de vós agora é tornada específica. O ofertante deve trazer um macho sem defeito para sua oferta de gado. Esta palavra agora é uma designação geral da família Bovidae, embora na antiguidade o gado
também incluísse cavalos, asnos, camelos, e outros animais.
Para o holocausto, somente animais domesticados, que indicam um estado desenvolvido de vida agrícola, deviam ser apresentados,visto que as espécies campestres nada custavam ao ofertante. Além
disto, os animais campestres não tinham recebido o trabalho e o cuidado que tinham sido gastos com o gado e o rebanho.
O preceito concernente a um animal sem defeito coloca diante dos israelitas o ideal de Deus da perfeição para os animais (cf. Lv 22:18-25)e também para os sacerdotes (cf. Lv 21:17-23) que forma uma parte importante do Seu serviço (cf. Ml 1:6-14). Somente um animal cerimonialmente puro seria contado por Deus como sendo apropriado para receber os pecados do adorador pela transmissão manual.
Somente aqui e em 5:18, um animal macho é especificado para o sacrifício.Um princípio importante que subjaz as tarifas sacrificiais é enunciado aqui, a saber: todo e qualquer sacrifício deve representar um custo específico para aquele que o oferece a Deus.O holocausto era uma dádiva que visava ganhar o favor divino para o adorador, conforme é indicado na frase para que o homem seja aceito.            Por contraste, o sacrifício pelos pecados (4:1 — 5:13) visava obter perdão divino para o ofertante.   O motivo por detrás do holocausto,portanto, fica sendo explícito. Esta é evidentemente a forma mais antiga de sacrifício, e seu nome ‘õlâ indica “subida,” o que sugere que a essência do animal dava satisfação a Deus enquanto a fumaça sacrificial subia(cf. 1-17). A oferta era voluntária (cf. 1 Sm 7:9; 13:9; Sl 20:3),conforme sempre são as ofertas mais altamente motivadas, e era apresentada
pelo ofertante à porta da tenda da congregação.

4-5. O ritual do sacrifício é descrito de modo singelo porém cuidadoso,ressaltando a consistência do procedimento como uma salvaguardacontra os ritos idólatras. A cerimônia realiza, assim, a intenção doadorador (cf. Js 24:14) e exclui o uso de rituais e ensinos estranhos e errôneos que anulariam relacionamento entre Deus e o homem. O cristãotambém está aberto a tais tentações na sua adoração, e, portanto, é conclamado a seguir o padrão da sã doutrina (2 Tm l:13)como base para a devoção verdadeira. Neste procedimento sacrificial, o ofertante não é um observador passivo mas,sim,um participante ativo. Põe a mão sobre a cabeça do animal, indicando que é seu substituto bem como
seu próprio pertence, e que está dando de si mesmo simbolicamente no ritual. Nada se diz acerca de declarações verbais pelo adorador ou pelo sacerdote, mas sem dúvida a oferta sacrificial seria acompanhada por alguma declaração de propósito como preliminar. Nos tempos do Templo, um Salmo poderia ter sido recitado ou cantado. Aceito a favor dele, talvez indique um pronunciamento sacerdotal no sentido de que a expiação de fato tinha sido feita. Esta expiação (Heb. kippurim)
anula e remove os efeitos do pecado ou dá impureza.5-6. O novilho então é sacrificado (Heb. sahat), um termo técnico sacrificial comum; diante do Senhor, ou seja, no lado norte do altar localizado perto da entrada da tenda da congregação, e seu sangue ou essência vital (cf. 17:11) aspergido pelos sacerdotes ao redor do grande altar de holocaustos (cf. Êx 27:1-8). Este grande altar era feito da madeira de acácia revestida de bronze. Media quase 2,5 m. de largura, e cerca de 1,6 m. de altura, e era localizado ao leste da tenda da congregação.
Ocupava uma posição quase central no recinto inteiro. Os filhos de Arão são mencionados para mostrar o lado especificamente sacerdotal da cerimônia (cf. 1:8, 11; 2:2; 3:2).
A divisão em pedaços relembra a oferta de Abraão numa aliança (Gn 15:10),dúvida este aspecto da cerimônia mosaica era derivado desta divisão.
O adorador, portanto, assim se sentiria duplamente arraigado na fé e na prática da aliança. A auto-revelação de Deus na Escritura nem é imaginária nem mítica, pelo contrário, é de uma natureza histórica reconhecida que tocava nas vidas de homens e mulheres reais à medida em que o propósito divino para o destino humano ia se desdobrando.
O ato de acender um novo fogo para cada sacrifício indica
uma etapa muito antiga nas peregrinações no deserto como origem deste
estatuto. Uma situação mais sedentária tal qual estava em vigor em Cades (cf. Nm 33:37-38; Dt 1:46; 2:14) é refletida no regulamento de 6:12-13, onde o fogo haveria de queimar continuamente no altar. Somente instruções gerais para o processo de acender o fogo são dadas, visto que o costume já era totalmente familiar aos sacerdotes. O fogo devia ser suficientemente quente para queimar completamente a oferta, mas o processo certamente seria ajudado pela presença de tecidos gordurosos colocados em ordem em cima dos pedaços e da cabeça, alimentando as chamas à medida em que se derretiam. O aroma agradável do holocausto não deve ser entendido como sendo uma satisfação puramente física, para Deus mas, sim, como uma sobrevivência linguística arcaica( aplacar a ira divina )
14-17. Estes versículos tratam de aves como holocaustos. Haveria pessoas em Israel que não se poderiam dar o luxo de sacrificar um animal de primeira, ainda que possuíssem um, Para tais pessoas pobres, a lei permitia que aves fossem ofertadas, e abrandava as especificações ao ponto de não estipularem que a ave devesse ser macho e sem defeito (cf.5:7; 12:8). As aves mais apropriadas para tais ofertas eram rolas ou. . .pombinhos. A rola (Heb. tõr, Turtur communis; yônâ, Columba livia)
é uma das aves mais comumente mencionadas na Bíblia. As tradições antigas sustentavam que a rola não tinha bilis,6 e como resultado era considerada limpa, mansa, e inofensiva. Embora às vezes fosse atacada por aves mais agressivas, a rola nunca retaliava, e, por esta razão, ficou sendo um símbolo das virtudes cristãs. Em Mateus 10:16, Cristo empregou a pomba como exemplo da inocência.




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